+ PrevCRP - Desenvolvimento de estratégias integradas para prevenção do cancro-resinoso-do-pinheiro
-
Acrónimo+Prev CRP
-
Fontes de financiamentoPDR 2020
-
Referência do ProjetoPDR2020-101-031061
-
Período do projeto2017-2021
ANSUB - Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado; APFC - Associação de Produtores Florestais do Concelho de Coruche e Limítrofes; Centro Pinus - Associação Para a Valorização da Floresta de Pinho; Biochem Ibérica - Químicos Agrícolas e Industriais Lda; DGAV - Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária; Florgénese - Produtos e Serviços para a Agricutura e Florestas, Lda; Germiplanta - Viveiros de Plantas, Lda; Iniav - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P.; Instituto Pedro Nunes - Associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia; ISA - Instituto Superior de Agronomia; Pombalverde - Produção e Comercialização de Plantas Lda; UTAD - Universidade de Trás os Montes e Alto Douro; Viveiros do Furadouro, Unipessoal Lda
O fungo Fusarium circinatum Nirenberg&O’Donell, causador do cancro-resinoso-do pinheiro, pode causar mortalidade significativa em Pinus spp. e danos apreciáveis em Pseudotsuga menziesii, as suas espécies hospedeiras, sendo considerado, em muitos países, um dos mais importantes agentes bióticos nocivos que afeta plantas de viveiro e árvores adultas.
Em Portugal, foi detetado em 2008 num viveiro florestal tendo, até junho de 2016, sido confirmada a sua presença em 15 fornecedores de materiais florestais de reprodução - MFR (plantas, sementes e partes de plantas), incluindo viveiros florestais e o Centro Nacional de Sementes Florestais - CENASEF. Foram destruídas cerca de 1,5 milhões de plantas hospedeiras (65% de pinheiro-bravo), tendo, em 2014 e 2015, ficado de quarentena 815 mil plantas.
Em 2015, no CENASEF (único fornecedor nacional de semente de P. pinaster), foram destruídos 55,8 kg de semente de P. radiata, ficando de quarentena 2500 kg de semente de diversas espécies hospedeiras. Além do forte impacto económico sentido pelos fornecedores de MFR devido ao período de quarentena (2 anos) em que os MFR das espécies hospedeiras não podem circular, inviabilizando assim a sua comercialização como plantas florestais (devido à aplicação dos requisitos legais estabelecidos no Decreto-lei n.º 205/2003, de 13 de setembro, que limita a idade máxima de comercialização de plantas até 2 anos), poderá registar-se também um efeito negativo na disponibilidade de plantas hospedeiras a partir de 2016/17, que poderá implicar uma redução da área a arborizar nos próximos anos, em particular com pinheiro-bravo, contrariando alguns dos objetivos da Estratégia Nacional para as Florestas que visam inverter a tendência regressiva registada nos últimos anos das áreas desta espécie.
Apesar do fungo se dispersar pelo ar, água ou insetos, a principal via de disseminação é a circulação de semente e plantas (incluindo contentores e substratos), em particular entre Estados-Membros. Neste contexto, face à principal via de dispersão do fungo, importa adotar medidas preventivas assentes em procedimentos que eliminem ou minimizem o risco de dispersão e que possam ser utilizados pelos fornecedores de MFR, criando assim a oportunidade de introduzir um novo processo no sistema de produção de plantas florestais atualmente praticado, recorrendo a métodos de tratamento eficazes e com baixo impacte ambiental, que eliminem o fungo, sem afetarem a germinação da semente ou o crescimento das plantas, ajustando-se às condições de produção dos viveiros nacionais.
Com este projeto, pretende-se:
- que os fornecedores nacionais de MFR implementem, em larga escala, estratégias sustentáveis de minimização do risco de dispersão do cancroresinoso-do-pinheiro, que não afetem de forma significativa a capacidade germinativa das sementes, nem a qualidade final das plantas produzidas. Estas estratégias de minimização do risco constituem um novo processo que vai integrar o sistema de produção de plantas florestais e integrarão: o tratamento de sementes hospedeiras; o tratamento de substratos; a desinfeção de contentores; a eliminação de propágulos do fungo da água de rega.
- obter um novo produto - substratos sustentáveis, sem casca de pinheiro, obtidos a partir de materiais disponíveis localmente e que não sejam hospedeiros do fungo, representando por isso um menor risco de disseminação. Este novo produto concretizar-se-á através da oferta de um ou mais substratos, formulados a partir da combinação de diferentes matérias-primas (resíduos de cortiça, casca de folhosas, fibra de coco, entre outros), potenciando assim o aproveitamento de resíduos da indústria florestal e agro-industrial.
- divulgar os resultados obtidos, particularmente junto de dois grupos focais distintos:
- todos os fornecedores de MFR, promovendo a integração dos tratamentos mais eficazes no respetivo “itinerário técnico”, ou seja, promover a sua aplicação como prática corrente na produção de plantas florestais e no processamento de sementes de espécies hospedeiras.
- os técnicos dos gabinetes técnicos florestais (GTF) das câmaras municipais, não só por muitos municípios trabalharem também com espécies hospedeiras em contexto urbano e/ou ornamental, mas também porque, pela sua maior proximidade com a população em geral, podem ter um papel importante na sensibilização da população para a prevenção e controlo deste agente biótico nocivo.
São ainda, objetivos específicos:
- avaliar a eficácia dos métodos de tratamento de sementes na eliminação do fungo e o seu impacto na germinação das sementes, selecionando o(s) tratamento(s) mais eficaz(es);
- avaliar a eficácia dos métodos de tratamento de substratos na eliminação do fungo e o seu impacto na germinação das sementes e na qualidade das plantas obtidas, selecionando o(s) tratamento(s) mais eficaz(es);
- avaliar a eficácia dos métodos de desinfeção de contentores na eliminação do fungo e o seu impacto na germinação das sementes e na qualidade das plantas obtidas, selecionando o(s) método(s) mais eficaz(es);
- avaliar a eficácia dos métodos de eliminação de propágulos do fungo na água de rega e o seu impacto na germinação das sementes e na qualidade das plantas obtidas, selecionando o(s) método(s) mais eficaz(es);
- avaliar o desempenho de novos substratos, alternativos à casca de pinheiro, na qualidade das plantas obtidas;
- aplicar os métodos (tratamento/desinfeção/eliminação) mais eficazes, ao nível dos fornecedores de MFR, avaliando a sua aplicabilidade e impacto na germinação das sementes e na qualidade das plantas a uma escala macro;
- acompanhar o comportamento das plantas no campo (primeiro ano de plantação) após a aplicação dos tratamentos em viveiro;
- divulgar os resultados do projeto pelos grupos focais identificados e também pelos restantes agentes do setor;
- elaborar um Manual Técnico de medidas preventivas.
Em curso
Folheto informativo elaborado no âmbito do projeto GO Desenvolvimento de estratégias integradas para prevenção do cancro resinoso do pinheiro (+PrevCRP), que pretende, de forma periódica, divulgar informação alusiva ao projeto.
- Folheto informativo n.º 3 (outubro 2019) [PDF 2,0 MB];
- Folheto informativo n.º 2 (março 2019) [PDF 2,5 MB];
- Folheto informativo n.º 1 (julho 2018) [PDF 3 MB];
-
Tags